segunda-feira, 22 de agosto de 2011

Há dias assim...

Hoje não sei porque acordei assim aborrecida.
E quando estou aborrecida, pensativa, tenho uma mania ( desde pequena ) de sonhar acordada com outras vidas. E quando falo outras vidas, falo em outros caminhos, outras pessoas.
Gosto imenso. Fecho os olhos, o trabalho assim mo permite, e por momentos imagino-me em situações de verdadeiro entusiasmo e conforto. Acho que tudo isto se deve às minhas memórias de infância, quando a minha avó inventava histórias para nos acalmar de dia excitantes e muito divertidos.
Imaginem vocês também:
- Sou uma mulher muito rica mas com uma extrema necessidade de me recolher e descansar. Compro então uma cabana, no meio dos Alpes Suíços, cuja forma de chegar é unicamente por helicóptero.
E lá vou eu para o meu lugar perfeito. Uma cabana quente, no meio da neve, sem televisão, sem Internet, sem ninguém. Só eu .
Uma lareira enorme, um tapete felpudo, e 1001 livros perfumados por chocolate quente.
Passo os meus dias assim... Leio, cozinho, durmo, oiço musica, recordo....
Dois dias antes de voltar à minha vida activa, oiço um estrondo vindo lá de fora. Como se algo chocasse contra a parede da cabana e corro para ver o que é. E é assim que o vejo pela primeira vez, caído aos meus pés. De onde veio, o que o trouxe?
É alguém.... alguém que sem querer, veio ter comigo. Está inconsciente. Estará ferido?
Levo-o para dentro e tento chamar a protecção civil mas algo corre mal. Está a cair um nevão demasiado intenso e o rádio não funciona.
Volto para junto do corpo quente que lentamente arrefece. Que faço eu? Quem será? Será perigoso? Decido arriscar. Tiro-lhe a roupa molhada e deito-o no tapete felpudo. Não tenho força para mais. E se acorda? E se é mau? Será que o devo prender?
Enfim acorda. Pergunta-me quem sou, que faz ali. Não lhe sei responder.
Pede-me para ir à casa de banho. Vai....

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