quinta-feira, 7 de junho de 2012

Sondas no nariz, cateterers no pescoço, colonoscopias sem anestesia

Olá...
quando escrevi o último post estava longe de imaginar o que me ia acontecer.
Dias depois de o escrever, voltei a sentir-me mal e lá fui eu para o hospital outra vez.
Fiz montes de exames e nada... Os médicos sem suspeitas do que eu tinha.
Acabei por ficar internada e depois de mais 500 mil exames, notaram que eu estava com uma oclusão no intestino, e que tinha que ser operada de urgência. E assim foi. Tiraram-me 90cm de intestino pois estava tão inflamado que corria o risco de rebentar e eu ir desta para melhor. Cambada de incompetentes é o que vos digo. Fui não sei quantas vezes ao hospital a queixar-me de dores horríveis de barriga, a barriga estava inchada como se estivesse grávida de 7 meses e só depois de dois meses é q descobrem o que tenho.
Claro que por esta altura já estava fraca demais para ser operada logo. Tive que estar ligada uma semana e meia a uma máquina ( banho e tudo) de alimentação parentérica. 

Nunca pensei que algo semelhante me pudesse acontecer. Sofri para caraças é o que vos digo.
Desde sondas no nariz, caterers no pescoço, colonoscopias sem anestesia...
Mas o pior foi mesmo ficar sem ver a minha filha durante quase um mês. Tive tantas saudades dela.
O resto da família ainda me podia visitar mas a minha menina não.
Nem a queria num lugar daqueles, pestilento e cheio de bichos no ar.
Sabem, acho que ainda estou um pouco revoltada com isto tudo. Não percebo porque é que isto me aconteceu a mim.
Agora estou um caco. Peso 52 quilos, tenho umas olheiras que chegam à boca e uma grande cara de alucinada. Não tenho força para nada ( Anemia ) e tenho muitas saudades da minha vida.
Mas enfim, admito que estou deprimida com tudo isto. Não sou uma pessoa positiva, nem consigo acalmar-me facilmente.
A única coisa boa disto tudo foi ver quem é que me apoio e quem é que está lá para mim quando é preciso. Os meus colegas de trabalho foram bestiais. Sempre a telefonar e a mandar sms.
Conseguiram fazer-me esquecer o que estava a passar por momentos.
A família também foi extraordinária. Sempre a visitar-me e a passar tempo comigo.
A minha mãe, a minha força, foi quem evitou que eu me perdesse. Senão fosse ela, o colo que ela literalmente me deu, não sei o que teria sido de mim.

Bem, mas o que interessa agora é que estou a recuperar. Deus queira que o pior já tenha passado e que a única recordação deste episódio seja a enorme cicatriz que tenho na barriga ( 36 agrafos ) resultante da operação. Dia 14 vou ao hospital saber o resultado da biopsia que fizeram ao intestino que tiraram.
Rezem por favor para eu ter boas noticias.
Eu rezo todos os dias. Não sei se tenho forças para mais tratamentos.
Pela minha filha tenho que ter não é?
E há por ai tanta criança a passar pior que eu.