terça-feira, 23 de agosto de 2011

E há mais...

Desta vez estou mesmo a precisar de dinheiro para ajudar a família.
Não sei como mas isso torna-se conhecimento de uma qualquer máfia que se estabeleceu aqui mesmo em Lisboa. Sou então contactada. Oferecem-me 100 mil euros para casar com alguém. As únicas condições exigidas são umas fotos que tenho que tirar com o homem em casa dele.
Será que arrisco? O dinheiro mudará o sentido de tudo o que está a acontecer em meu redor. Valerá a pena? Que me poderá acontecer? Morrer... não morrerei eu se continuar nesta situação?
Arrisco.
Há hora combinada vão buscar-me ao aeroporto. Destino desconhecido. Metade do dinheiro na conta.
Chego a Itália e penso:
- Porque é que alguém em Itália precisa casar comigo?
Ignoro. Metade do dinheiro já me entorpece os sentimentos e pensamentos.
Sigo viagem até uma espécie de villa. Adoro. Decido desfrutar da situação mas os nervos não desaparecem. Não sou tão corajosa quanto quero transparecer.
Dão-me vários vestidos e deixa-me num quarto lindíssimo. O vento entra por uma janela e os cortinados parecem acariciar a minha pele. Será que estou a viver um sonho, será que vou acordar num pesadelo?
Tantas histórias más que já ouvi sobre experiências como estas em que um mundo é oferecido a raparigas e o que recebem é um lugar escuro e sombrio.
Tomo banho e visto-me. Em breve entrará um fotografo como combinado.
Finjo um sorriso, finjo uma imagem de mim que só uma máquina poderia capturar.
Vou para o campo. Cheiro flores, olho o sol e nada de ver o meu noivo.
Estranho ainda mais.
Que quererão de mim? Sou então acompanhada a casa novamente por pessoas sorridentes. Oferecem-me jantar e mais fotos sentada numa mesa. E de repente tudo acaba. Volto para o meu quarto mas não consigo dormir. Sinto uma inquietude inerente à situação. O medo consome-me por dentro. Onde está o meu noivo? Porque será que a imagem do meu noivo me parece acalmar. Adormeço assim , demasiado cansada para protestar contra mim própria.
Acordo com o som de alguém a bater à porta. Abro e entra uma senhora de meia idade que carrega um tabuleiro com uma flor, um bilhete de avião e um recado.
" Voltarei a ver-te no dia nosso casamento"

Cont....

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